
Here is a free sample of Henry, Quebrando Padrões for your reading pleasure!
✨Capítulo 1
Henry tentou entrar na sala quieto e sem chamar a atenção. Meio difícil, uma vez que a turma estava em silêncio e ele chegou no meio da aula. Os alunos copiavam as anotações em seus fichários; a lousa já estava cheia. Ele deu uma olhada na sala, procurando por uma carteira vazia, torcendo para que estivesse realmente livre, e não vazia porque alguém foi ao banheiro ou estava doente naquele dia. Esgueirou-se o mais silenciosamente possível, rezando para que a professora seguisse com a aula. Porém, a Sra. Phillips parou no meio da frase, observando-o. Henry sentou-se com a cabeça baixa, seu cabelo um pouco comprido demais caindo sobre os olhos. Os óculos redondos deslizavam pelo nariz escorregadio de suor. Ele os empurrou para cima e apoiou a testa numa das mãos, enquanto abria um caderno e se ajeitava para fazer anotações com a outra, tentando se proteger do olhar da professora.
“Você é o Henry?”, disse a Sra. Phillips, aproximando-se de sua carteira. O resto da sala assistia com muito interesse.
“Sim”, Henry confirmou. Ele tentou parecer confiante, e percebeu os olhos dela de arregalarem um pouco quando finalmente conseguiu ver seu rosto.
“Vamos conversar lá fora”, ela sugeriu.
Com os olhos de todos os alunos pairando sobre eles, Henry seguiu a Sra. Phillips para fora da sala, até o corredor. Ela fechou a porta quando a turma começou a se agitar com as fofocas. Então, examinou Henry mais uma vez.
“O que aconteceu com o seu olho?”
Henry, nervoso, fez uma careta. “Parece que alguém me bateu, né? Me levantei para ir ao banheiro durante a noite”, explicou. “Não acendi as luzes e tropecei num brinquedo do meu irmãozinho. Não sei no que bati — na maçaneta, no armário, ou sei lá. Mas foi bem forte. Minha mãe surtou hoje de manhã. Me fez ir ao hospital e fazer um raio X. Foi por isso que cheguei atrasado.”
“Nossa!”, disse, reconfortando-o com um sorriso. “Eu só queria me certificar. Você sabe que as aulas iniciaram há dois dias?” Ela arqueou uma sobrancelha.
O rosto de Henry esquentou e uma gota de suor escorreu por suas costas.
“Estávamos de férias”, ele explicou. “Acho que minha mãe confundiu as datas. Se ela não anotar as coisas, acaba confundindo.”
“Ok, vá se sentar. Vou arrumar a lista de materiais que vai precisar e te passar as tarefas que perdeu.”
“Obrigado.” Henry soltou um suspiro, aliviado.
Eles voltaram para a sala de aula. Suando, Henry esgueirou-se até seu lugar, sob olhares da turma toda. Que jeito incrível de começar a escola: dois dias atrasado e com um olho roxo. A melhor maneira de passar despercebido. Pelo menos a Sra. Phillips não pareceu duvidar da história. Ele esperou seu coração desacelerar, procurando por algum de seus amigos. Havia alguns conhecidos. Ninguém muito próximo. Aliás, ele não era muito próximo de ninguém. Esfregou as palmas das mãos nas calças e tentou afastar a camiseta do corpo, para ver se o suor secava mais rápido.
A Sra. Phillips o entregou a lista de materiais e as tarefas que havia perdido. Ela sorriu e voltou para a frente da sala para continuar sua aula. Henry leu a atividade e começou a trabalhar. Com sorte, conseguiria terminar tudo até o final do dia.
* * *
Conseguiu passar o resto da manhã despercebido. Se os outros professores notaram o olho roxo, não tocaram no assunto.
Como o ano letivo havia acabado de começar, os professores ainda não tinham abordado nenhum assunto novo. Foram só algumas revisõespara introduzir o semestre que se iniciava. Não tinha muita coisa para ele colocar em dia.
Na hora do almoço, Henry passou o olho na cafeteria, procurando por rostos familiares. Era seu primeiro ano no ensino médio e havia muita gente desconhecida — muito mais do que no ensino fundamental. O local vibrava com aquela energia caótica. Ouvindo risadas por perto, Henry focou em Andrew, um garoto que ele conhecia desde a pré-escola. Havia uma cadeira vazia perto dele. Henry foi na direção dela e olhou para Andrew com uma expressão interrogativa. Os olhos de Andrew se iluminaram.
“Henry! Ei, cara, não tinha te visto por aqui”, Andrew disse, animado. “Achei que você tivesse se mudado. Vem cá, senta aqui.”
Henry se dirigiu até a cadeira. “Obrigado.”
Andrew deu uma mordida em seu sanduíche, examinando Henry.
“Ei, você percebeu que tá com o olho roxo?”, ele perguntou com a boca cheia.
Houve risadinhas dos estudantes ao redor. Andrew era uma espécie de palhaço. Adorava uma plateia.
“É, eu percebi”, Henry respondeu secamente.
“Brigou ou algo do tipo? Quer que eu vá atrás do cara?”
Henry balançou a cabeça, puxando com cuidado o plástico que envolvia seu sanduíche. “Não… Eu preciso é começar a colocar meus óculos e acender a luz quando me levantar de noite. Parar de dar de cara com as portas.”
Andrew riu, concordando. “O quão fortes são aqueles fundos de garrafa? Você é cego sem eles?”
“Se estiver muito escuro, sim”, Henry concordou. “Poderia até estar de olhos fechados. Na verdade, é capaz de eu enxergar melhor de olhos fechados!”
Andrew riu e fez um gesto em direção a um garoto que estava na sua frente. “Conhece o Tony?”
“Não.” Henry esboçou uma saudação. “Oi. Eu sou o Henry.”
“O Henry é um cara gente boa”, Andrew declarou, “e muito habilidoso com as tarefas, se você precisar de ajuda. O Tony é novo aqui, acabou de se mudar para a vizinhança. Está comigo na maior parte das aulas.”
Henry concordou, mastigando ruidosamente seu sanduíche. Era pão amanhecido, estava seco. E não havia manteiga de amendoim suficiente para cobrir as fatias. Só com o pão e a geleia, estaria morrendo de fome quando chegasse em casa. Mas só usaria o programa de merendas da escola se precisasse muito. Ela já era zoado o suficiente…
“Acho que você já conhece o resto do pessoal”, Andrew disse.
Henry olhou para os outros que estavam próximos. Alguns rostos conhecidos do fundamental. Nenhum deles era seu amigo, mas também não eram daqueles que praticavam bullying com ele. Recebeu alguns acenos.
“Sim”, ele concordou. “Olá.”
✨Capítulo 2
Henry tentou entrar na sala quieto e sem chamar a atenção. Meio difícil, uma vez que a turma estava em silêncio e ele chegou no meio da aula. Os alunos copiavam as anotações em seus fichários; a lousa já estava cheia. Ele deu uma olhada na sala, procurando por uma carteira vazia, torcendo para que estivesse realmente livre, e não vazia porque alguém foi ao banheiro ou estava doente naquele dia. Esgueirou-se o mais silenciosamente possível, rezando para que a professora seguisse com a aula. Porém, a Sra. Phillips parou no meio da frase, observando-o. Henry sentou-se com a cabeça baixa, seu cabelo um pouco comprido demais caindo sobre os olhos. Os óculos redondos deslizavam pelo nariz escorregadio de suor. Ele os empurrou para cima e apoiou a testa numa das mãos, enquanto abria um caderno e se ajeitava para fazer anotações com a outra, tentando se proteger do olhar da professora.
“Você é o Henry?”, disse a Sra. Phillips, aproximando-se de sua carteira. O resto da sala assistia com muito interesse.
“Sim”, Henry confirmou. Ele tentou parecer confiante, e percebeu os olhos dela de arregalarem um pouco quando finalmente conseguiu ver seu rosto.
“Vamos conversar lá fora”, ela sugeriu.
Com os olhos de todos os alunos pairando sobre eles, Henry seguiu a Sra. Phillips para fora da sala, até o corredor. Ela fechou a porta quando a turma começou a se agitar com as fofocas. Então, examinou Henry mais uma vez.
“O que aconteceu com o seu olho?”
Henry, nervoso, fez uma careta. “Parece que alguém me bateu, né? Me levantei para ir ao banheiro durante a noite”, explicou. “Não acendi as luzes e tropecei num brinquedo do meu irmãozinho. Não sei no que bati — na maçaneta, no armário, ou sei lá. Mas foi bem forte. Minha mãe surtou hoje de manhã. Me fez ir ao hospital e fazer um raio X. Foi por isso que cheguei atrasado.”
“Nossa!”, disse, reconfortando-o com um sorriso. “Eu só queria me certificar. Você sabe que as aulas iniciaram há dois dias?” Ela arqueou uma sobrancelha.
O rosto de Henry esquentou e uma gota de suor escorreu por suas costas.
“Estávamos de férias”, ele explicou. “Acho que minha mãe confundiu as datas. Se ela não anotar as coisas, acaba confundindo.”
“Ok, vá se sentar. Vou arrumar a lista de materiais que vai precisar e te passar as tarefas que perdeu.”
“Obrigado.” Henry soltou um suspiro, aliviado.
Eles voltaram para a sala de aula. Suando, Henry esgueirou-se até seu lugar, sob olhares da turma toda. Que jeito incrível de começar a escola: dois dias atrasado e com um olho roxo. A melhor maneira de passar despercebido. Pelo menos a Sra. Phillips não pareceu duvidar da história. Ele esperou seu coração desacelerar, procurando por algum de seus amigos. Havia alguns conhecidos. Ninguém muito próximo. Aliás, ele não era muito próximo de ninguém. Esfregou as palmas das mãos nas calças e tentou afastar a camiseta do corpo, para ver se o suor secava mais rápido.
A Sra. Phillips o entregou a lista de materiais e as tarefas que havia perdido. Ela sorriu e voltou para a frente da sala para continuar sua aula. Henry leu a atividade e começou a trabalhar. Com sorte, conseguiria terminar tudo até o final do dia.
* * *
Conseguiu passar o resto da manhã despercebido. Se os outros professores notaram o olho roxo, não tocaram no assunto.
Como o ano letivo havia acabado de começar, os professores ainda não tinham abordado nenhum assunto novo. Foram só algumas revisõespara introduzir o semestre que se iniciava. Não tinha muita coisa para ele colocar em dia.
Na hora do almoço, Henry passou o olho na cafeteria, procurando por rostos familiares. Era seu primeiro ano no ensino médio e havia muita gente desconhecida — muito mais do que no ensino fundamental. O local vibrava com aquela energia caótica. Ouvindo risadas por perto, Henry focou em Andrew, um garoto que ele conhecia desde a pré-escola. Havia uma cadeira vazia perto dele. Henry foi na direção dela e olhou para Andrew com uma expressão interrogativa. Os olhos de Andrew se iluminaram.
“Henry! Ei, cara, não tinha te visto por aqui”, Andrew disse, animado. “Achei que você tivesse se mudado. Vem cá, senta aqui.”
Henry se dirigiu até a cadeira. “Obrigado.”
Andrew deu uma mordida em seu sanduíche, examinando Henry.
“Ei, você percebeu que tá com o olho roxo?”, ele perguntou com a boca cheia.
Houve risadinhas dos estudantes ao redor. Andrew era uma espécie de palhaço. Adorava uma plateia.
“É, eu percebi”, Henry respondeu secamente.
“Brigou ou algo do tipo? Quer que eu vá atrás do cara?”
Henry balançou a cabeça, puxando com cuidado o plástico que envolvia seu sanduíche. “Não… Eu preciso é começar a colocar meus óculos e acender a luz quando me levantar de noite. Parar de dar de cara com as portas.”
Andrew riu, concordando. “O quão fortes são aqueles fundos de garrafa? Você é cego sem eles?”
“Se estiver muito escuro, sim”, Henry concordou. “Poderia até estar de olhos fechados. Na verdade, é capaz de eu enxergar melhor de olhos fechados!”
Andrew riu e fez um gesto em direção a um garoto que estava na sua frente. “Conhece o Tony?”
“Não.” Henry esboçou uma saudação. “Oi. Eu sou o Henry.”
“O Henry é um cara gente boa”, Andrew declarou, “e muito habilidoso com as tarefas, se você precisar de ajuda. O Tony é novo aqui, acabou de se mudar para a vizinhança. Está comigo na maior parte das aulas.”
Henry concordou, mastigando ruidosamente seu sanduíche. Era pão amanhecido, estava seco. E não havia manteiga de amendoim suficiente para cobrir as fatias. Só com o pão e a geleia, estaria morrendo de fome quando chegasse em casa. Mas só usaria o programa de merendas da escola se precisasse muito. Ela já era zoado o suficiente…
“Acho que você já conhece o resto do pessoal”, Andrew disse.
Henry olhou para os outros que estavam próximos. Alguns rostos conhecidos do fundamental. Nenhum deles era seu amigo, mas também não eram daqueles que praticavam bullying com ele. Recebeu alguns acenos.
“Sim”, ele concordou. “Olá.”
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Henry, Quebrando Padrões
By P.D. Workman